terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Preguiça: defeito ou qualidade?

  Olá!
  Mais uma postagem da série dos 7 Pecados Capitais. O tema de hoje é a preguiça, que divide opiniões: seria ela um pecado ou uma graça? Um defeito ou uma qualidade?

  Eu sempre ouvi dizer que preguiça era uma coisa ruim. Não tão ruim quanto ser avarento ou invejoso, só ruim. Talvez as pessoas tratem a preguiça como um anti-herói: não é vilão mas também não e herói, digamos que seja o oposto do herói, ou seja, o oposto da qualidade, uma "anti-qualidade", sem ser necessariamente um defeito. Deu pra entender? 

  É que bem antigamente, muitos anos atrás, a preguiça não era considerada um pecado, uma coisa ruim. Ao contrário, era tida como uma virtude já que todos mereciam descansar um pouco, ter paz, sossego... Quem conseguia se "desligar" do mundo só ganhava pontos positivos.

  Na Idade Média, a preguiça era constantemente confundida com a depressão, pois aquela famosa "vontade de não fazer nada" típica da preguiça e a vontade de não existir, a sensação de que não se faz a menor falta no mundo, que permeia a depressão, eram erroneamente confundidas. 
  Mas quando as coisas começaram a mudar? Bom, eis que explode a revolução industrial e, apesar de a humanidade começar a divergir melancolia e depressão de preguiça, outros valores também são incorporados na nossa sociedade, entre eles o trabalho. E quem é a inimiga número 1 do trabalho? Isso mesmo, a preguiça!
  Nessa época ainda, de grandes transformações, as religiões protestantes são amplamente difundidas, entre elas o Calvinismo, que prega que não há problema nenhum na acumulação de capital, desde que esta seja fruto de trabalho. 
  Com os burgueses no comando dessa nova fase da nossa história, a preguiça não poderia ter outro fim se não se tornar um pecado. Já que agora era preciso trabalhar para garantir o sustento da família - e para além disso, garantir o dito "progresso" da humanidade, transformando campo em cidade -, com homens, mulheres e crianças pegando no pesado em fábricas 16 horas por dia ou mais, quem teria tempo pra tirar a sesta? Aliás, a minha interpretação da expressão "pecado capital" é clara: são pecados que assolam a vida nas cidades grandes, nas metrópoles, nas capitais, pois no campo a vida é diferente, mais tranquila...
Homer Simpson: um baita dum preguiçoso
  É claro que também existe o outro lado da preguiça. Quem nunca preferiu ir passar o fim de semana descansando da rotina no campo ao ir ajudar crianças carentes trabalhando como voluntário num bazar beneficente? Ou melhor, não preciso nem ir tão longe, basta que voltemos alguns meses atrás quando aconteciam os protestos reivindicando uma melhoria na mobilidade urbana: quem preferiu ficar em casa por mais pura preguiça? 
  Portanto, a preguiça tem dois lados: o bom e o ruim. Ela é boa quando nos beneficiamos dela, como quando tiramos um cochilo depois do almoço; é ruim quando prejudicamos a nós mesmos e a quem está em nossa volta por conta dela, por vezes sendo até egoístas.


Voltamos em breve com mais um pecado da série 
7 Pecados Capitais. Só aqui, no Risadas Lau!

Nos vemos,
Nat Magal

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