sábado, 11 de janeiro de 2014

Dica/Crítica: O Bebê de Rosemary

 Olá, gente! 
 Sei que estamos em pleno verão e todo mundo quer mais é ir se refrescar na praia/piscina, mas se alguém aí tá pensando em fazer uma sessão de cinema em casa, a minha dica é "O Bebê de Rosemary". Apesar de ter sido lançado em 1968, o thriller psicológico do diretor Romam Polanski que faz parte da Trilogia do Apartamento, composta pelos três agoniantes e paranoicos filmes: "Repulsa ao Sexo", "O Inquilino" e o dito cujo "O Bebê de Rosemary", se mantem atual e é uma boa pedida pra quem é chegado em suspenses menos superficiais. 
 A trama se passa no famoso Edifício Dakota, em Nova Iorque, local onde, anos mais tarde, John Lennon viria a morar e, em 1980, ser assassinado. Desde sua construção, na década de 1880, muito mistério ronda esse edifício, que já foi moradia para uma série de famosos. Dizem até que o prédio já serviu como palco para diversas práticas de magia negra. Será?
 Mas voltando ao filme, Rosemary e seu marido, o ator Guy Woodhouse, formam um jovem e cheio de planos casal que acaba de se mudar para o já citado Edifício Dakota. Apesar dos vizinhos parecerem um pouco estranhos e intrometidos, Rosemary e Guy planejam construir uma família e se alojarem no local. Tarefa essa que se torna cada vez mais complicada, já que Rosemary não consegue engravidar. Porém, tudo parece melhorar quando, de repente, Guy ganha um papel de destaque numa nova série e passa de "ator cone" para a grande estrela da TV; a relação com os vizinhos parece dar uma guinada; e, Rosemary finalmente engravida.
A pobre Rosemary ao ver o que gerou
 Acontece que nem tudo são flores e a gravidez da jovem se torna complicada. Ela começa a perder peso, aparece com olheiras e frágil. A aparência de Rosemary é tão doentia, que chama a atenção de seu velho amigo, o intelectual Hutch, que preocupado com o estado da moça, ainda mais depois de conhecer o estranho vizinho dela, decide investigar sobre o passado do homem, que não lhe é estranho. Eis que, justo quando ele parece descobrir a solução para os problemas que a atingem, misteriosamente entra em coma. Rosemary começa a descobrir os segredos que a cercam, infelizmente, apenas quando já é tarde demais e mesmo após dar à luz, o filme continua intenso, misterioso e cheio de suspense no ar. O final é triste, mas, apesar de querermos que tudo se encaminhe para Rosemary e seu bebê, o desfecho não poderia ser melhor. 
 Além da interpretação literal ao filme, também podemos analisá-lo como uma grande metáfora a respeito do papel da mulher na sociedade, no qual o casamento - evidenciado pelo próprio marido de Rosemary, Guy - seria uma armadilha para as donzelas e a sociedade - representada pelos vizinhos da moça - seriam uma conspiração para sacrificar a liberdade feminina, fadada à maternidade e a privação a uma carreira, sendo encarregada dos trabalhos do lar, mesmo que contra a sua vontade, como é elucidado na cena final, em que a protagonista se livra de seus princípios, medos e vontades para dar voz ao dever materno. 

Não deixem de assistir, vale muito a pena!

Beijo no cérebro,
Nat Magal


Obs.1: A atriz Ruth Gordon, que dá vida a Minnie Castevet, a vizinha intrometida de Rosemary, ganhou o Óscar e o Globo de Ouro de 1969 como melhor atriz coadjuvante. 

Obs.2: deixo aqui a trilha sonora/música tema aterrorizante do filme:

2 comentários:

  1. Amo esse filme, mas nunca tinha percebido esta metáfora. Achei bárbaro o destaque, pois o filme, além de assustador,e tem um cenário bastante opressivo, ou seja, faz sentido nesta análise! beijos garotas!

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