Olá, pessoal!
Como todos sabem Nat Magal e eu, Maria Siry, estivemos vivendo fora do Brasil por dois meses durante este ano de 2013, mais especificamente nos meses de agosto e setembro passados. A experiência vivida foi o intercâmbio escolar "Projeto Córdoba", proporcionado por nosso colégio, que leva 11 estudantes do Colégio de Aplicação da UFSC para a cidade de Córdoba/Argentina e traz 11 estudantes da Escola Superior de Comércio Manuel Belgrano para Florianópolis. Quando a gente vive tal experiência quase não tem tempo para mais nada no período pré viagem, durante viagem e o pós viagem, uma loucura! Por isso, só estou conseguindo sentar hoje para construir este texto de balanço da experiência e compartilhamento da mesma com os queridos leitores do Risadas Lau. A construção deste texto era um desejo meu já faz tempo, desculpa a demora em executá-lo, mas é que infelizmente tinham outras coisas que eu deveria priorizar :(
Bom, vamos ao que interessa: a história da minha participação no intercâmbio! Quando eu estava na 5ª série do Ensino Fundamental, descobri através da participação da irmã de minha amiga Luísa que este intercâmbio existia em meu colégio e, a partir do instante em que fiquei sabendo da oportunidade, já fiquei com muita vontade de participar! Sempre falava aos meus pais que gostaria de participar quando chegasse ao ensino médio (um dos pré-requisitos para poder entrar no processo seletivo). Além disso, um ano depois da irmã da Luísa participar, meu primo Arthur também participa e eu passo a ter mais contato ainda com a experiência, conhecendo o argentino Enrico que foi para a casa de meus tios. Eis que chego ao 1º ano do ensino médio, me inscrevo e participo da primeira reunião (com os demais 40 inscritos mais ou menos), porém, ao chegar em casa, converso com os meus pais e desisto, pois pensei que ia ter que estudar e focar muito no primeiro ano do ensino médio pois todos diziam que era o ano mais difícil e também porque minhas notas em física não eram as melhores e mais dignas naquele momento. Com muito aperto no peito e peno resolvo deixar o sonho para o ano seguinte. Vale ressaltar que, além de mim, Magal também passou pelo mesmo que eu!
Depois de muito esforço, eis que sai o resultado: Maria e Nat passaram!!!!! Descobrimos isso no início de julho e as viagens seriam no início de agosto, ou seja, um mês de muita ansiedade para organizar tudo e sonhar com a conquista que já havia sido conseguida e que estava tão perto de ocorrer! No mês de julho nós compramos as passagens, verificamos os últimos detalhes de roupas e outras coisas que deveriam ser compradas, fizemos as autorizações em cartório para poder viver dois meses fora do país sem os pais (hmm, que chique! hahaha), conversamos via facebook/e-mail com os intercambistas que viriam aqui para Floripa e com suas respectivas famílias com as quais ficaríamos hospedados em suas casas... Foi um mês intenso! Em 30 de Julho chegam os argentinos, depois de trinta horas de viagem de ônibus. O coração estava a mil, querendo conversar, saber dos costumes, de como é lá, mostrar como funciona cá! Eu não cabia em mim de tanta ansiedade!
Uma semana se passa e... Lá estamos nós na rodoviária de Florianópolis de novo, só que desta vez para embarcar e pisar na ilha novamente somente dois meses depois. Eu confesso que chorava muito, com medo do desconhecido e uma ansiedade de marinheira de primeira viagem em intercâmbios. Assim que entramos no ônibus, já vamos conversando, rindo e todo esse medo se transforma em uma alegria enorme que nem sei descrever!
Após 28 horas de viagem que, por sinal,foi super tranquila salvo alguns percalços que depois se resolveram muito bem, chegamos em Córdoba numa quarta-feira quase dez horas da noite. A essas alturas a ansiedade já estava de novo grande e eu estava muito curiosa para conhecer ao vivo a família que me receberia.
Não vou me prolongar mais muito, porque sei que deve ser chato para vocês ficar lendo um texto enooorme de grande, mas quero contar que fui muito bem recebida por minha família argentina, que consegui estreitar os laços e pretendo voltar para visitá-los muito em breve. Recomendo para todos participar de uma experiência como essa, porque te amadurece, tu aprendes a te virar sozinho (digo sem teus pais), tu conheces uma nova cultura, uma nova língua (pude praticar o espanhol que tanto adoro), tu fazes novos amigos, tu conheces uma outra maneira de viver, com outros costumes, comidas, festas, feriados, colégio, prédios, casas, enfim, outros ares! Como me esquecer dos tão deliciosos "criollos" (massinha folheada com sabor único), doce de leite, "asado" (o nosso churrasco) ou então como não requebrar o corpo ao som de "cumbia"? Como não se entregar completamente a um "helado muy rico" (sorvete gostoso)? Como não se apaixonar pelo "Boulevard Chacabuco", pelas praças e parques ao ar livre? Como não amar a tranquilidade e descontração do povo cordobes?
Acho que um texto como esse é pouco para eu expressar tudo o que sinto ao participar desta oportunidade única em minha vida, que me abriu muitas portas e que fez com que eu passasse a admirar ainda mais a cultura argentina, que sempre gostei!
Para fechar, gostaria de compartilhar com vocês um trecho que escrevi para um questionário de retorno que fizemos para a coordenação do projeto: "Eu sempre vi a Argentina como um país muito especial, sempre fui encantada por esta nação e sempre tive vontade de conhecer mais de sua cultura, porque sempre ouvia falar do tradicional tango, ou do típico “asado”, mas gostaria de vivenciar este país mais a fundo e foi o que aconteceu com a participação no intercâmbio! Eu já havia conhecido a cidade de Buenos Aires, porém é muito, mas muito diferente de Córdoba. Córdoba é bem mais tranquila, possui mais casas, menos trânsito, mais segurança e um povo mais simpático e acolhedor. Enfim, escrevi tudo isso para dizer que o intercâmbio só veio trazer mais pontos positivos na visão que eu já tinha da Argentina, como um país vizinho incrível, com uma vasta cultura, um povo incrível e que merece ser respeitado. Aprendi mais ainda a não generalizar os argentinos como sendo os “invasores” de nossas praias no verão, mas sim, como pessoas incríveis com muitas histórias a contar e cultura a compartilhar. Acho que devemos acabar com as rivalidades entre as duas nações, sejam estas rivalidades futebolísticas, linguísticas, culturais... Afinal de contas, somos todos hermanos! "
Espero que tenham gostado!
Lista com os aprovados de 2013 |
Como todos sabem Nat Magal e eu, Maria Siry, estivemos vivendo fora do Brasil por dois meses durante este ano de 2013, mais especificamente nos meses de agosto e setembro passados. A experiência vivida foi o intercâmbio escolar "Projeto Córdoba", proporcionado por nosso colégio, que leva 11 estudantes do Colégio de Aplicação da UFSC para a cidade de Córdoba/Argentina e traz 11 estudantes da Escola Superior de Comércio Manuel Belgrano para Florianópolis. Quando a gente vive tal experiência quase não tem tempo para mais nada no período pré viagem, durante viagem e o pós viagem, uma loucura! Por isso, só estou conseguindo sentar hoje para construir este texto de balanço da experiência e compartilhamento da mesma com os queridos leitores do Risadas Lau. A construção deste texto era um desejo meu já faz tempo, desculpa a demora em executá-lo, mas é que infelizmente tinham outras coisas que eu deveria priorizar :(
Bom, vamos ao que interessa: a história da minha participação no intercâmbio! Quando eu estava na 5ª série do Ensino Fundamental, descobri através da participação da irmã de minha amiga Luísa que este intercâmbio existia em meu colégio e, a partir do instante em que fiquei sabendo da oportunidade, já fiquei com muita vontade de participar! Sempre falava aos meus pais que gostaria de participar quando chegasse ao ensino médio (um dos pré-requisitos para poder entrar no processo seletivo). Além disso, um ano depois da irmã da Luísa participar, meu primo Arthur também participa e eu passo a ter mais contato ainda com a experiência, conhecendo o argentino Enrico que foi para a casa de meus tios. Eis que chego ao 1º ano do ensino médio, me inscrevo e participo da primeira reunião (com os demais 40 inscritos mais ou menos), porém, ao chegar em casa, converso com os meus pais e desisto, pois pensei que ia ter que estudar e focar muito no primeiro ano do ensino médio pois todos diziam que era o ano mais difícil e também porque minhas notas em física não eram as melhores e mais dignas naquele momento. Com muito aperto no peito e peno resolvo deixar o sonho para o ano seguinte. Vale ressaltar que, além de mim, Magal também passou pelo mesmo que eu!
Intercambistas brasileiros e argentinos na praia do Campeche - Floripa |
Então chegou o tão esperado 2013 e, novamente, as duas se inscreveram no projeto, frequentaram a primeira reunião e não pararam por aí! Ao longo de todo processo seletivo participamos de reuniões, aulas extra de espanhol (já fazíamos a disciplina como parte integrante do currículo escolar), jornadas bolivarianas (semana que ocorre na UFSC dedicada aos assuntos de interesse latino-americano), escrevemos resenhas, fizemos prova escrita e oral de espanhol, participamos de reuniões com pais e ex-intercambistas e chegamos até mesmo a fazer uma mini peça de teatro de improviso. Além é claro de desenvolvermos durante todo esse tempo o nosso projeto de pesquisa, fomentando o que pesquisaríamos lá e como apresentaríamos isso no final de tudo lá em Córdoba e aqui em Florianópolis!
Depois de muito esforço, eis que sai o resultado: Maria e Nat passaram!!!!! Descobrimos isso no início de julho e as viagens seriam no início de agosto, ou seja, um mês de muita ansiedade para organizar tudo e sonhar com a conquista que já havia sido conseguida e que estava tão perto de ocorrer! No mês de julho nós compramos as passagens, verificamos os últimos detalhes de roupas e outras coisas que deveriam ser compradas, fizemos as autorizações em cartório para poder viver dois meses fora do país sem os pais (hmm, que chique! hahaha), conversamos via facebook/e-mail com os intercambistas que viriam aqui para Floripa e com suas respectivas famílias com as quais ficaríamos hospedados em suas casas... Foi um mês intenso! Em 30 de Julho chegam os argentinos, depois de trinta horas de viagem de ônibus. O coração estava a mil, querendo conversar, saber dos costumes, de como é lá, mostrar como funciona cá! Eu não cabia em mim de tanta ansiedade!
Uma semana se passa e... Lá estamos nós na rodoviária de Florianópolis de novo, só que desta vez para embarcar e pisar na ilha novamente somente dois meses depois. Eu confesso que chorava muito, com medo do desconhecido e uma ansiedade de marinheira de primeira viagem em intercâmbios. Assim que entramos no ônibus, já vamos conversando, rindo e todo esse medo se transforma em uma alegria enorme que nem sei descrever!
Após 28 horas de viagem que, por sinal,foi super tranquila salvo alguns percalços que depois se resolveram muito bem, chegamos em Córdoba numa quarta-feira quase dez horas da noite. A essas alturas a ansiedade já estava de novo grande e eu estava muito curiosa para conhecer ao vivo a família que me receberia.
Eu (Siry) e meus pais na "choradeira" na rodoviária antes de ir |
Não vou me prolongar mais muito, porque sei que deve ser chato para vocês ficar lendo um texto enooorme de grande, mas quero contar que fui muito bem recebida por minha família argentina, que consegui estreitar os laços e pretendo voltar para visitá-los muito em breve. Recomendo para todos participar de uma experiência como essa, porque te amadurece, tu aprendes a te virar sozinho (digo sem teus pais), tu conheces uma nova cultura, uma nova língua (pude praticar o espanhol que tanto adoro), tu fazes novos amigos, tu conheces uma outra maneira de viver, com outros costumes, comidas, festas, feriados, colégio, prédios, casas, enfim, outros ares! Como me esquecer dos tão deliciosos "criollos" (massinha folheada com sabor único), doce de leite, "asado" (o nosso churrasco) ou então como não requebrar o corpo ao som de "cumbia"? Como não se entregar completamente a um "helado muy rico" (sorvete gostoso)? Como não se apaixonar pelo "Boulevard Chacabuco", pelas praças e parques ao ar livre? Como não amar a tranquilidade e descontração do povo cordobes?
Palácio Ferreyra - Museu de Córdoba |
Acho que um texto como esse é pouco para eu expressar tudo o que sinto ao participar desta oportunidade única em minha vida, que me abriu muitas portas e que fez com que eu passasse a admirar ainda mais a cultura argentina, que sempre gostei!
Com amigas argentinas no colégio de lá |
A família que me recebeu na Argentina |
Para fechar, gostaria de compartilhar com vocês um trecho que escrevi para um questionário de retorno que fizemos para a coordenação do projeto: "Eu sempre vi a Argentina como um país muito especial, sempre fui encantada por esta nação e sempre tive vontade de conhecer mais de sua cultura, porque sempre ouvia falar do tradicional tango, ou do típico “asado”, mas gostaria de vivenciar este país mais a fundo e foi o que aconteceu com a participação no intercâmbio! Eu já havia conhecido a cidade de Buenos Aires, porém é muito, mas muito diferente de Córdoba. Córdoba é bem mais tranquila, possui mais casas, menos trânsito, mais segurança e um povo mais simpático e acolhedor. Enfim, escrevi tudo isso para dizer que o intercâmbio só veio trazer mais pontos positivos na visão que eu já tinha da Argentina, como um país vizinho incrível, com uma vasta cultura, um povo incrível e que merece ser respeitado. Aprendi mais ainda a não generalizar os argentinos como sendo os “invasores” de nossas praias no verão, mas sim, como pessoas incríveis com muitas histórias a contar e cultura a compartilhar. Acho que devemos acabar com as rivalidades entre as duas nações, sejam estas rivalidades futebolísticas, linguísticas, culturais... Afinal de contas, somos todos hermanos! "
Espero que tenham gostado!
Um abraço,
Maria Eduarda Sirydakis